quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Grande caçada de perdizes no Paraguay






Eric, estava com 22 anos  e seu pai,   organizador de safaris de caça à perdizes nos campos do Paraguai.
E por lá , conhecido como Dom Emílio El Matador!
Caçador de codornas e perdizes apenas?
UMA OVA!!!
Só veio a descobrir o menú completo do cardápio do seu pai, lá no Paraguai e  com as fogosas muchachas paraguayas!
Nunca esquecerá o que ele lhe disse ao embarcarem na Kombi verde. do ano 1967, e novinha em em fôlha, em Curitiba, dando início à jornada de caça!
"Filho, a partir desse momento, não sou mais seu pai , nem você meu filho, seremos apenas companheiros de caçada  de agora em diante, pelo menos até retornarmos aos nossos lares!"
Ele , o Eric, que já havia navegado o Rio Iguaçú por 800 km, sempre em trechos de ida e volta de apenas 40 km, rio abaixo e acima, num total de 80 km, e também já havia conhecido as caças e os peixes do Pantanal do Paraná, onde o Rio Parapanema e o Rio Paraná,  se encontram, sorriu divertido pro seu pai.
E ainda  mais , por,  ter descido a Serra do Mar,  do topo mais alto da estrada da Graciosa, até os riachos de pedras, de águas claras, no mais baixo nível daquela  monumental cadeia de morros altos do seu Paraná, quiçá, do seu Sul  Brasil!
Ter tido de fincar duas estacas na terra úmida em declives de um morro da serra do mar , para apoiar seus pés nas noites de sonos naquelas montanhas, dormindo sobre um colchonete fino.
E de ter escutado, arrepiado de mêdo, os urros daquela onça  safada e gulosa, bem perto dele, que dormitava inocentemente ,  naquelas  condições de "hospedagem" naturalista.
Ahhh...imaginem , se ele se deitaria para dormir(?) , lá na floresta tropical da serra do mar, sem ter sua Rossi calibre 28, armada com um cartucho de chumbo grosso da marca CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) , agarradinha às suas mãos!
Seguro morreu de velho, "véio" ! ah ah ah
Tadinha da onça gulosa e esfomeada, levou o maior susto com o estrondo do disparo e tratou de "vazar" dali, e bem rapidinho! 
Voltando ao tema, então, olhou para a Kombi verde pronta prá partir e sorriu  para
" su querido viejo "...pensando assim, todo cheio de sí:
"Mi papá no lo sabe,  quanto lo soy Macho!"  ah ah ah

Putz, gente, 20 dias depois ,  deu graças aos Céus,  ao chegar ao seu Lar....VIVO!
Apesar de todo soro antiofídico, que levou...por precaução!
-Mas,...caracas gente, nas partes mais altas do terreno e perto de pedras......cascavéis com mais de cinco guizos!
E nos banhados do El  Grande Chaco?
Urutús Cruzeiro , pretonas e mais grossas que um braço de homem...forte!
Sua cadelinha, a Princesa, misturinha de Pointer com guapeca de rua,, tadinha dela, não saia de baixo das suas pernas, nas  " Grandes Jornadas de Caça às Perdizes pelos  Campos e Banhados  do,  El Grande Chaco".
E, apesar da espetacular espingarda espanhola que ganhou do seu pai, digo, de Dom Emilio El Matador!
Uma obra de arte, calibre 16 , mocha, com cano direito cilíndrico e o esquerdo "meio Shock" quer dizer, estrangulado do início do cano onde se alojam os cartuchos, ao seu final, que afunila, concentrando o diâmetro dos chumbos espalhados disparados em direção ao alvo!
Nem a munição, os trezentos cartuchos Remington que comprou ao atravessarem a fronteira para o Paraguai, o tranquilizava entre tantas cobras,  . . .nem sua Princesa!
Até ousou falar isso pro seu pai..."El  Grande  Dom Emílio...el Matador".
-Porra, Dom Emílio, esse lugar que nos trouxe ( falou por todos outros companheiros de caçada ), . . .tem mais cobras que perdizes!!!
O "velho", sorriu prá todos eles dócilmente ,  e apontou pro galho mais baixo da figueira ao lado do córrego de águas límpidas, onde acamparam!
-Estão vendo aquelas trinta perdizes gordas, que abati, só no dia de hoje ?
Imaginem se ele, e seus companheiros de caçada , não haviam visto as trinta perdizes, penduradas no galho!
Mas ,  havíam  visto também, penduradas no mesmo galho , junto à elas, aquelas três Cascavéis e duas Urutús Cruzeiro, bem mortinhas e penduradas do lado das gordas perdizes.
-É assim que funciona uma caçada de perdizes...rapazes! Dom Emílio el Matador lhes falou, sorrindo maroto e atiçando as chamas do brazeiro , onde assava  o veado campeiro que  havia abatido no campo, e que serviria de  "ceia",  enfiado num galho fino de árvore,  apoiado em duas forquilhas de outros galhos mais grossos enterrados , e,  a caça, assando , exalando aquele aroma maluco, pros seus  companheiros de jornada, "meia patacas",   salivarem ...mortos de  fome!
Eric, e  os outros três amigos de caçada do " velho" , só queríam  mesmo é saberem de voltarem  prá fronteira Paraguai/Brasil até a  cidadezinha chamada de Puerto Presidente Stroessner ( na época ) , comprarem perfumes franceses, tipo Chanel ,  brinquedos e  outras coisinhas , regalos, prás suas esposas e filhos, e claro dúzias de litros da mais famosa cachaça paraguaya, a Aristocrata.
E depois, voltarem,  prás suas seguras lanchonetes comerem  pizzas, coxinhas e quibes, na segurança das calçadas da rua XV  de Curitiba, sem cobras mal intencionadas  por perto deles!